Um recente aviso do Ministério de Segurança do Estado da China (MSS) destacou preocupações significativas de segurança nacional em relação a empresas estrangeiras que coletam dados biométricos incentivando escaneamentos de íris com criptomoedas. O alerta, publicado na conta oficial do MSS no WeChat, parece referir-se ao projeto Worldcoin cofundado pelo CEO da OpenAI, Sam Altman, que oferece recompensas em tokens em troca dos escaneamentos de íris dos usuários como parte de um esforço para construir uma rede global de identidade.
O aviso do MSS levantou alertas sobre a potencial transferência de dados biométricos sensíveis para locais no exterior sem salvaguardas adequadas. O comunicado detalhou incidentes anteriores envolvendo a exportação não autorizada de dados de reconhecimento facial e advertiu que tais práticas poderiam facilitar operações de inteligência estrangeira, incluindo fraudes de identidade deepfake para penetrar instalações seguras. Embora o aviso não tenha mencionado especificamente a Worldcoin, sua descrição de esquemas de tokens em troca de escaneamento de íris corresponde de perto às ofertas exclusivas do hardware Orb da Worldcoin.
A Worldcoin enfrentou escrutínio regulatório e ações de fiscalização em jurisdições como Alemanha, França e Quênia relativas a procedimentos de consentimento, protocolos de armazenamento de dados e potenciais violações de privacidade. Críticos argumentam que incentivar a participação com criptomoedas compromete o consentimento informado e as proteções de privacidade, especialmente em regiões com estruturas limitadas de proteção de dados. A declaração do MSS sugeriu que incentivos oferecidos em criptomoedas criam desafios adicionais para rastrear fluxos de dados e responsabilizar empresas sob normas internacionais de proteção de dados.
Especialistas do setor observam que identificadores biométricos como padrões de íris são imutáveis e pessoalmente únicos, tornando qualquer transferência não autorizada de dados particularmente sensível. Ao contrário de senhas ou tokens, dados biométricos não podem ser redefinidos, aumentando os riscos de privacidade e segurança caso bancos de dados sejam violados ou mal utilizados. O aviso do MSS pediu aos cidadãos chineses que tenham cautela ao participar de esquemas de identidade digital vinculados a plataformas estrangeiras de criptomoedas e que denunciem atividades suspeitas de coleta de dados às autoridades locais de segurança.
A equipe da Worldcoin ainda não respondeu publicamente ao alerta do MSS, embora declarações anteriores tenham enfatizado a conformidade com leis locais e a adoção de provas de conhecimento zero para proteger a privacidade do usuário. O white paper do projeto afirma que os dados da íris são convertidos em hashes criptografados antes de serem transmitidos e que imagens biométricas brutas nunca são armazenadas. No entanto, o recente aviso destaca tensões contínuas entre soluções inovadoras de identidade e prioridades de segurança estatal.
À medida que reguladores globais continuam a avaliar a interseção entre criptomoedas, identidade digital e privacidade biométrica, o alerta do MSS pode motivar novas investigações sobre fluxos de dados transfronteiriços e estruturas de conformidade. As partes interessadas no espaço de identidade digital estarão observando atentamente os desenvolvimentos políticos subsequentes na China e em outros mercados importantes, onde os reguladores equilibram o avanço tecnológico com imperativos de segurança nacional.
Comentários (0)