O Ministério da Segurança do Estado da China publicou um aviso alertando contra a coleta de dados biométricos por meio de programas de reconhecimento de íris que oferecem incentivos em criptomoedas aos participantes.
O aviso não mencionou projetos específicos, mas descreveu cenários consistentes com iniciativas que trocam tokens cripto por escaneamentos de íris, levantando preocupações sobre segurança nacional e privacidade.
As autoridades alertaram que os dados biométricos coletados poderiam ser transferidos para o exterior, expondo os indivíduos a rastreamento, perfilagem e possível vigilância por entidades estrangeiras.
A descrição corresponde à metodologia do Worldcoin, um projeto de identidade cripto, que enfrentou escrutínio em várias jurisdições quanto ao consentimento informado e práticas de manejo de dados.
O aviso da China surge em meio a uma reação regulatória na Alemanha, França e Quênia, onde agências de proteção de dados levantaram preocupações semelhantes sobre as implicações de segurança e éticas da coleta biométrica em massa.
O MSS destacou o risco de que dados faciais ou de íris roubados possam ser explorados para criar identidades deepfake, facilitando operações sofisticadas de espionagem ou fraude voltadas a instalações seguras.
O comunicado instou as empresas a suspenderem esquemas que troquem biometria por cripto até que estruturas legais robustas abordem armazenamento de dados, transferências transfronteiriças e mecanismos de consentimento dos usuários.
Os reguladores chineses enfatizaram a necessidade de transparência na coleta de dados, requisitos estritos de armazenamento local e acordos claros com os usuários para mitigar vulnerabilidades à segurança nacional.
Especialistas do setor observaram que, embora soluções de identidade digital possam promover inclusão financeira, elas devem equilibrar inovação com rigorosas garantias de privacidade para obter aprovação regulatória.
O preço do token WLD do Worldcoin caiu 4% após o aviso, refletindo a sensibilidade do mercado aos riscos regulatórios associados a projetos de dados biométricos.
Observadores antecipam que outros países que exploram esquemas semelhantes de identidade digital poderão revisar seus marcos regulatórios para incorporar as lições da avaliação de segurança da China.
O aviso também sinalizou uma fiscalização mais ampla da China sobre empresas de tecnologia estrangeiras que operam em seu território, reforçando uma postura cautelosa em relação à soberania dos dados e defesa cibernética.
Empresas que desenvolvem serviços de autenticação biométrica estão agora sob pressão para demonstrar conformidade com padrões globais em evolução sobre proteção de dados e segurança nacional.
À medida que as tecnologias biométricas proliferam, governos em todo o mundo enfrentam o desafio de criar regulamentações que apoiem o avanço tecnológico enquanto protegem os direitos dos cidadãos e a segurança do Estado.
Partes interessadas nos setores de privacidade e cripto acompanharão de perto as ações subsequentes, incluindo possíveis medidas de aplicação e coordenação entre reguladores internacionais.
O alerta da China ressalta a complexa interação entre soluções de identidade emergentes, finanças digitais e geopolítica numa era de rápida mudança tecnológica.
O resultado deste aviso poderá influenciar debates políticos sobre o escopo aceitável do uso de dados biométricos em fintechs e aplicações de alta segurança globalmente.
Por ora, empresas que oferecem incentivos em criptomoedas para cadastro biométrico devem navegar por uma maior fiscalização regulatória ou correr o risco de suspensão de seus programas em mercados-chave.
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