Em 20 de agosto de 2025, fontes familiarizadas com deliberações de alto nível revelaram que o Conselho de Estado da China está considerando uma iniciativa pioneira para permitir stablecoins lastreadas em yuan, sinalizando um esforço estratégico para internacionalizar o renminbi e desafiar a dominância das moedas digitais atreladas ao dólar americano nas finanças globais. O plano proposto, que deve ser formalmente revisado e possivelmente aprovado ainda este mês, define metas para o uso mais amplo do yuan em liquidações internacionais e remessas, juntamente com um quadro regulatório abrangente para governar a emissão de stablecoins, supervisão operacional e gestão de reservas.
O roteiro detalha papéis e responsabilidades para reguladores domésticos, incluindo o Banco Popular da China (PBOC), que supervisionaria a concessão de licenças a emissores de stablecoins e aplicaria diretrizes rigorosas sobre lastreamento de reservas, padrões de auditoria e requisitos de transparência. Esquemas piloto devem ser lançados em polos offshore importantes — Hong Kong e Xangai — onde a atual ordenança de stablecoins e a infraestrutura de teste do yuan digital podem ser aproveitadas para implementar experimentos controlados. Autoridades esperam convocar uma sessão de estudo de liderança sênior até o final do mês para fornecer orientações autorizadas sobre casos de uso permitidos, parâmetros de escala e medidas de proteção para mitigar riscos sistêmicos.
Externamente, a China planeja utilizar a próxima cúpula da Organização de Cooperação de Xangai para engajar países parceiros na integração transfronteiriça de stablecoins, explorando modelos de corredores bilaterais e redes de pagamento multilaterais. A iniciativa reflete um reconhecimento crescente de que ativos digitais programáveis podem reduzir custos de transação, acelerar velocidades de liquidação e fortalecer o apelo do yuan para exportadores globais e instituições financeiras que buscam alternativas aos canais tradicionais de bancos correspondentes. Dado que a participação do yuan em pagamentos globais caiu para menos de 3%, os formuladores de políticas veem as stablecoins como um catalisador para reverter essa tendência, facilitando transferências de valor 24/7 e sem fronteiras, respaldadas pelas substanciais reservas cambiais da China.
Participantes do mercado alertam que controles de capital continuam sendo um obstáculo significativo, exigindo arquiteturas inovadoras de conformidade, como geofencing, monitoramento on-chain e verificações de conformidade baseadas em contratos inteligentes. No entanto, a mudança da China alinha-se a esforços paralelos na Coreia do Sul e no Japão para lançar moedas digitais lastreadas em fiat, destacando uma mudança regional rumo a ecossistemas de stablecoins regulamentados. Observadores esperam que o novo quadro estabeleça a China como um centro global de finanças digitais, fomente dinâmicas competitivas entre empresas de tecnologia e instituições financeiras, e, em última análise, redefina a arquitetura dos pagamentos transfronteiriços na era das moedas habilitadas por blockchain.
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