Um relatório do setor elaborado pelo analista James Check e pela Unchained revela que o iShares Bitcoin Trust (IBIT) aproveitou o desenvolvimento de opções de ETF para capturar uma participação dominante no mercado de ETFs de Bitcoin. Desde o lançamento das opções em novembro de 2024, o IBIT atraiu US$ 32,8 bilhões em entradas líquidas vinculadas ao seu produto de opções, resultando em uma dominância atual de 57,5% do total dos ativos sob gestão em ETFs de Bitcoin. Em contrapartida, fundos alternativos como o FBTC da Fidelity ficam muito atrás, possuindo pouco mais de 25% menos em interesse aberto de opções em comparação com suas participações à vista.
O surgimento das opções de ETF impulsionou volumes de negociação diários entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões, superando os volumes típicos de futuros e remodelando as dinâmicas de liquidez. O interesse aberto no mercado de opções do IBIT agora excede US$ 90 bilhões, em comparação com US$ 80 bilhões nas bolsas de derivativos. Essa mudança destaca uma transição na estrutura do mercado, onde opções baseadas em ETFs estão se tornando o principal veículo para hedge, arbitragem e apostas direcionais em Bitcoin. Participantes institucionais, identificados via registros 13F, estão utilizando cada vez mais esses instrumentos para gerenciar exposição e implementar estratégias complexas, refletindo um crescente grau de sofisticação em portfólios de ativos digitais.
O relatório enfatiza que as opções de ETF fornecem uma estrutura para acesso previsível e regulado à exposição em Bitcoin, integrando mecanismos financeiros familiares para traders profissionais. O acesso do IBIT a grandes pools de liquidez e parcerias consolidadas de custódia permitiu que ultrapassasse ambientes nativos de criptomoedas, como o Deribit. A arquitetura do fundo, que combina participações à vista com uma camada embutida de opções, oferece tanto transparência quanto continuidade na execução, atraindo investidores que buscam acessos regulamentados à derivados de Bitcoin.
Analistas de mercado observam que, à medida que o IBIT continua a captar ativos, sua influência no perfil de volatilidade do Bitcoin cresce. Fluxos impulsionados por opções contribuíram para spreads de compra e venda mais estreitos, redução do deslizamento em grandes ordens e uma descoberta de preço mais dinâmica. No entanto, surge um potencial risco de concentração se uma única entidade controlar a maior parte da liquidez das opções de ETF. Observadores alertam que cenários de estresse no mercado poderiam expor vulnerabilidades caso o mercado de opções enfrente dislocações severas. Em geral, o desenvolvimento marca uma evolução crucial na financeirização do Bitcoin, integrando convenções tradicionais de derivativos com fundamentos de ativos on-chain para criar uma classe híbrida de instrumentos adequada para adoção institucional.
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